sábado, 31 de dezembro de 2011

Tomou banho no terceiro dia. Penteou os cabelos e deu um jeito na barba. Juntou o rosto ao espelho tentando ver alguma coisa sabe-se lá o que. Talvez um rastro de sorriso, de vontade. Não tinha nada não, nem cheiro. Estava querendo mudar a aparência, o coração, tirar de cima umas vontades antigas, alguns sonhos passados. Tinha perdido aquela vontade adolescente de sofrer toda semana por um amor. Chorou três dias e levantou em duas noites. Trocou as roupas, os modos, os encontros.

Decidiu parar de pensar. Construiu uma casa perto do parque uns dois anos mais tarde, mas não encontrou nenhuma menina que ficasse por mais de uma semana. Tropeçou em alguns degraus e desabou em algumas flores. Vez e outra, via-se um traço de vontade. Tentou largar os cigarros algumas vezes, mas desistiu antes do sol nascer. Esbarrou em alguns romances entre ele e a moça do caixa da padaria. Tentou escrever um livro algumas vezes, mas desistiu antes do primeiro baque. Deixou de acreditar naquela coisa de amor. Deixou de acreditar no que sentia.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Circos e pipocas

Enquanto eu acordo, sinto o sangue subir para a cabeça e levanto, entre bebidas e cigarros, percebo que porra nenhuma mudou. O silêncio da minha casa virou uma explosão na minha cabeça. Eu procuro sorrisos e tento fingir que sei desenhar felicidade. Tento não amarrar uma corda em volta do próprio pescoço. Mastigo o gosto do desespero, penso que talvez não seja tão ruim assim. De alguma maneira, eu tenho você. Espero que o vento faça cócegas no meu rosto, mas ele não faz nada não. Nem perto. Talvez eu precise de façanhas, de armações. Talvez eu queira circos e pipocas coloridas. Eu quero descer e pedir pra voltar. Não precisar me preocupar com existir. Sabe, querida, eu queria provar você uma vez na vida.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Deixo partir

O canto dos meus lábios tremem quando vejo ele passar. Não é tão bonito, nem tão charmoso, mas consegue laçar o Sol e prender entre os dentes. De algum jeito muito inconveniente aquele moço me segura pela cintura e me puxa pelos dedos. Me convida para uma dança, acompanhando uma chuva de explosões. Não é tão gentil quando me aperta contra seu peito, nem tão carinhoso quanto eu esperava, mas ainda assim parece tão agradável. Equilibra-se em um mastro, segura uma taça de vinho levantando os dedos e, quando sorri, consigo ver raios roubados no fundo de sua garganta. Ele me conta histórias.

Tem cabelos escuros, do jeito que menos me atrai. Ele me toca do mesmo jeito que carrega seus mistérios, com as pontas dos dedos estáticas, parece ter medo de mim. Quero ir até ele e dizer que preciso ir embora, mas temo deixá-lo. Eu o amo porque não posso tê-lo. Um dia, vou partir e terei que dizer adeus, mas talvez os fogos de artifício durem até meia noite. Eu o convido para um jantar, mas não preparo nada. Eu o guio através de expectativas e ele confia na minha vontade. Esta não é uma história, nem um final. São só palavras que se perdem.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

follow me

Posso segurar aquelas fotos nas mãos e tentar decifrar as borboletas e os pássaros que sobrevoam nossa casa. Posso reconstruir aquelas cartas cheias de metáforas que não falam sobre nada. Posso tentar te usar como um escudo, descendo pela saída de emergência enquanto provoco outra confusão. Eu tento me concentrar e me manter sóbria por alguns segundos, antes que tudo desabe sobre nós. Eu tento ser uma pessoa melhor. Me viro rapidamente e encaro seus olhos sombrios me pedindo perdão. A temperatura sobe muito rápido quando insistimos em ficar um perto do outro. É difícil respirar quando todos tentam roubar o seu espaço.

Eu não sei para onde eles estão indo. Talvez tentem encontrar o caminho de casa. São perdidos. São como nós. Tentam criar as verdades de um mundo que só existe em suas cabeças. Mentes de labirintos corroídas pelos pais, pela sujeira e pelas drogas. Todos eles saberiam melhor do que ninguém o verdadeiro significado dessas viagens insensatas que fazemos todos os dias. Eu devia te contar isso. Eu devia ter ficado mais tempo na sua casa, deitados no tapete de beiriz, apagando cigarros em latas de cervejas. Está ficando difícil lidar com o mundo real. Está ficando difícil viver.

É como levar um soco. Um baque. Precisamos de um tombo para nos lembrarmos. O mundo espreita na esquina da nossa mente. Acorde e pegue-a. Não a deixe ir embora. Eu escolho viver. Sigo por alguns lotes abandonados até me encontrar parado em frente à sua cama. Concordamos em acordar. Viver pode não ser tão ruim assim. Talvez eu faça poesias e você pode pintar quadros. Largaremos os cigarros também, todas essas coisas ruins. Largaremos as invenções e a dedicatória. Seremos perfeitos em um mundo real.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eu sempre quis escrever uma carta para você, dessas que contam como foram os últimos dois meses em poucas linhas e fazem perguntas de quem parece que não se conhece. Sem gotas de café derramadas nas beiradas e perfume no envelope. Mas isso não combinaria com a gente e com a nossa mania de fazer as coisas erradas parecem certas o suficiente para durarem uma vida inteira. A minha camisa suja tem que fazer par com o seu tênis velho e a nossa carta tem que ser, particularmente, mal feita.

Fazem alguns anos que eu não te vejo. Me distraio todos os dias em algum lugar entre essa esquina e outra, desde que a gente prometeu não se perder mais. Um dia eu escrevi, no seu caderno de desenhos, um poema que balançava nas linhas, de um jeito tão corrido, com medo do tempo, com medo de você acordar. Te deixei sozinha, com um punhado de promessas esmagadas na mão e um coração apertado querendo me amar. Mas nunca cresci longe de você e, na verdade, eu ando meio perdido. Eu ando meio tropeçando desde que a gente se perdeu.

Talvez essa carta chegue até você, talvez o carteiro não entenda os meus garranchos. Talvez eu não me importe se você vai realmente ler o que eu tenho para te dizer. Eu só preciso tirar isso do peito, sabe, dos armários, eu ando cheio demais.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Andarilhos

Nós damos nomes ao que queremos. Vejo uma borboleta pousar no seu ombro, a sombra cinza de fumaça atrás dos seus olhos combinam com o murmúrio do vento. Vejo vocês tentando ir embora dessa cidade vazia e triste. Temos que ser fortes para não deixarmos para trás a vontade de viver, enquanto músicas se formam em nossos instintos. Pensar nos amigos e na família que deixaremos para trás nessa caminhada é um ato de desistência. É natural da vida se perder e, assim, tentar se encontrar.

O ar puro daqui corta nosso bom gosto, transforma o luxo e a sanidade em algo supérfluo. Vejo nossas crianças colorindo o verão desse inverno rigoroso e procuro por uma saída dessa mentalidade desconexa. Mochilas e sapatos, andando pelas beiradas deste mundo que nunca acaba, apreciando a maldade dos extremistas e calculadores frios. A revolução chama o seu nome em assobios.

Vejo pipas em paralelepípedo e asas abertas em direção à liberdade. Eu te chamo para dividir comigo a paisagem do assombro de um jovem que descobriu a vida, dando marteladas na realidade e pedindo por segundos de sossego. Vejo filmes passando pelos meus olhos e sento para apreciar as mentiras que me contam. Alcançar algo está começando a me perturbar, então eu olho em volta e penso que é só escolher. Mas se eu voltar de novo para os seus braços, então você pode começar a me entender.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Relatos de não se sabe quem

Eu me apaixonei uma vez, mas ela tinha o coração de vidro. Tudo parece tão frágil, as árvores aqui cantam canções tristes. "Cuidado para não se cortar", ela me avisou, mas eu não ouvi. Andava confusa, colorindo sorrisos de azul. Uma dúzia de cigarros perdidos pela bolsa e, nas mãos, alguns trocados de ontem. Me procurou algumas vezes esse ano, poucas ficou. Eu não sei onde ela está agora, mas quem sabe? Ainda sinto aqueles olhos verdes me pedindo para não sofrer a sua dor, acompanhando uma música antiga de vitrola empoeirada, largando as mãos em cima dos joelhos magros. Desapareceu antes que eu percebesse que a deixei entrar.

No meu sonho haviam pássaros, um mar azul e uma pequena varanda. E então havia você. Como eu nunca havia visto. Existia vida em seu rosto. Eu entrei nos seus braços e me cobri com o seu pijama, pedi para você me contar um segredo. "Eles não são imortais", foi o que você me disse. Perdia os sentidos ao seu lado, eu tentava dizer algo e queria que você me tranquilizasse, mas eu sentia seu medo também.

Eu estava bem sexta-feira, quando você me ligou. Talvez um pouco mais sensível que o normal, mas isso não era nada demais. Você me dizia que havia tido uma noite péssima. Não havia nada a se fazer, não havia razões para chorar. Eu te escutava reclamando do telefone. Eu devia saber que era a última vez que eu ouviria a sua voz. Eu realmente devia saber. Está ficando difícil tomar decisões, está ficando difícil viver.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Gostar de fechar os olhos

"Seu sorriso é o que preciso e quanto ao resto, eu juro tanto faz; sua ausência me condena à dor"

Te encontrei meio caindo pelas beiradas, meio me desfazendo do amor, querendo pular de algum desfiladeiro, querendo tomar chuva. Te encontrei e nem acreditava em encontrar alguém. É que você tem um pouco daquilo, sabe? Eu deslizei entre mares e tentações e vírgulas parágrafos e no fim de tudo me vi em você. Me queimo nas suas tatuagens, nos seus cabelos, na sua voz de fim de noite e o mais chocante é perceber que eu gosto de me queimar. Eu gosto de me arriscar e me arrisco até onde o sol existir. E eu gosto de fechar os olhos.

E eu ando isso tudo e dou voltas e voltas se for pra te ver. Eu largo os cigarros as bebidas as menininhas largo meu jeito babaca e te dou um anel. Eu não largo de você, não largo do seu cheiro que eu nunca senti, nem da sua pele. Nem largo da imaginação de ver o sol nascer e conseguir te sentir respirando do meu lado. Enquanto eu não abrir os olhos eu não preciso saber que você não tá ali. Então eu gosto de fechar os olhos e rezo para não ter que acordar.

Aponto uma estrela no céu e dá uma vontade de subir nela pra ver se você consegue me enxergar. Eu te amo eu te amo eu te amo, sussurro baixinho. Eu te amo e seria bom se você pudesse me escutar. Mas não demora pra eu te ter, não. Invento regras e invento você em mim. E pra qualquer noite mais difícil de superar é só gostar de fechar os olhos.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O verdadeiro significado

É que, na verdade, não há uma fórmula para entender as piores questões do mundo. Aquelas que dão vontade de suicidar (ou de viver) para chegar a uma verdade absoluta. Não existem maneiras fáceis ou difíceis de alcançar o que é visto como impossível de compreender. O amor, por exemplo, é algo que de tão procurado, deixou de existir. Aquele cara, que tanto sofreu por "supostos" amores, ficou tão obcecado em achar sua alma gêmea, que puxou a primeira pessoa pela mão e fez dela o amor de sua vida. Mas o que ele não sabe é que o amor não se encontra assim. Não há uma escolha prévia e não dá para fazer um método científico com suposições, hipóteses e, muito menos, não existe um vestiário onde você experimenta a pessoa e, bom, se gostar leva para casa. Nós tropeçamos no amor. A decisão não pertence a você.

Seria fácil se pudéssemos tirar conclusões antes de nos envolvermos com alguém. Perceber que, talvez, aquela pessoa não seja a melhor antes de sofrermos um pouquinho por ela. Para entrarmos em um relacionamento é necessário que estejamos dispostos a nos arriscar. Temos que ralar os joelhos para descobrir se temos força suficiente para nos levantarmos de novo. E tudo isso, no final, parecerá uma grande dor de cabeça desnecessária, já que o verdadeiro amor de nossas vidas simplesmente aparecerá de uma maneira muito simples. Simples como beber água. Haverão, nos melhores defeitos, peças que se encaixam tão perfeitas quanto um quebra-cabeças. Uma vez construído emoldura-se e pendura-se no quarto. E, por mais que pareça uma brincadeira, é caso sério.

E é triste perceber que, sem querer, transformamos uma coisa tão pura quanto amar em algo que, simplesmente, perdeu seu significado. Na vontade de experimentar isso que todos dizem ser tão belo, nos apressamos e perdemos o seu valor. O "eu te amo", que era tão modesto e verdadeiro, tornou-se algo imposto pela sociedade. Quem não encontra seu par, vira um perfeito solitário. E disso, vêm preocupações que não deveriam ser tão importantes assim. O que ninguém sabe é que a maioria de nós somos perfeitos sozinhos. Somos uma parte do que vai ficar bonito. Não é algo que rege de acordo com os padrões estabelecidos por nós mesmos. É muito maior do que um simples abraço de madrugada.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Meias

Deitou-se na cama derrubando alguns papéis no chão. "Preciso comprar meias novas", sussurrou observando os pés cautelosamente. Magros, sujos e desordenados. Feito amor surrado. Nem feio ou bonito. "Amanhã eu vou", gritou o silêncio de sua casa. Lá ao longe dava pra ouvir o barulho de pingos. Sabe-se lá de onde, talvez do vizinho. Cortaram a energia. Não sabia há quanto tempo não saia de casa. Abriu o armário da dispensa, mas pela terceira vez no dia tateou migalhas e xarope. Mal via-se um rosto naquele espelho. A barba escura e espessa tomava-lhe o sorriso. Sorriso? Sentia falta dos cigarros. "Amanhã, tudo bem?", foi tentar ser gentil consigo mesmo.

Foi obrigado a se levantar. Não sabia muito bem por onde a luz entrava. Tentou tampar os olhos com o travesseiro. Talvez (ou muito provável) fosse um sonho. Toc toc. Abriu os olhos.
Contou até o terceiro toque.
Acompanhou a sombra inquieta no vão da porta.
Respira. Inspira.
Quarto toque.
Abriu no início do quinto.
Ninguém.

Sem tirar os olhos da vidraça, reclamou alguma coisa sobre meias. "Desculpe, você quer comprar meias?" Fez um sim que muito podia ser não. "Um par?" Ele estava começando a ficar puto. "Porque eu compraria uma meia só?", respondeu sem tirar os olhos da banca de jornal do lado de fora da loja. Cigarros.
"São 5". Ele olhou pela primera vez para a moça do balcão. Cabelos vermelhos. Pareciam naturais. Combinavam com as olheiras, nem tão fracas ou expressivas. Tinha um sorriso bonito.
- Ed?
Tentou se lembrar de quem era Ed. Não o chamavam assim desde a formatura. Mas também faz muito tempo que não o chamam de nada.
Ficou olhando aquela guriazinha nos olhos. Não se lembrava nem fodendo. Tentou forçar um sorriso. Sorriso?
- Não lembra de mim, Ed? - ela ficava repetindo aquele apelido ridículo - lá do parque. A gente tomou umas cervejas.
- Acho que foram muitas cervejas - tentou forçar uma aparência mais saudável, ele tava feio pra caralho.
- É - ela sorriu e jogou um pedaço de papel no balcão - eu to indo, vou almoçar na casa da minha tia, me liga quando tiver afim.
Deu um beijo no rosto e saiu. Tinha cheiro de lavanda. Ele ficou lá, parado, puto, com um par de meias na mão. Um neguinho passou na banca e comprou o último maço de cigarros.

Andava calma, um tanto cética. E se deitou na cama. Assim mesmo, sem a menor cerimônia. Acendeu um cigarro.
- Porque você se lembrou de mim?
- Os tênis.
- Ah...
Ele coçou o joelho pelo rasgo da calça jeans surrada. Era a mesma há 3 anos. Os tênis também. Só havia trocado as meias. Ela se mexia de um jeito bonito. Nem rápido ou devagar demais. Ele não havia entendido como ela o convenceu a abrir a porta tão cedo.

Ficaram os dois deitados. Se pudessem, abririam um céu no teto daquele quarto e expulsariam tudo o que não era paz. Era fácil flutuar do lado daquela guria, mas ele sequer se lembrava dela. Ou não queria se lembrar. Meias brancas são mais fáceis de se sujar quando se anda descalço o tempo todo.
Ela o chamava o tempo inteiro com os olhos. Os lábios sempre entreabertos. Tinha um andar metido, exposto, liberto. Ele a achava cada vez mais bonita. Mais próxima.
- E aquela menina, Ed?
Ninguém disse nada. Ele a olhou de relance, mas não falaram mais nisso.

Tomou banho no terceiro dia. Penteou os cabelos e deu um jeito na barba. Juntou o rosto ao espelho tentando ver alguma coisa sabe-se lá o que. Talvez um rastro de sorriso, de vontade. Não tinha nada não, nem cheiro. Estava querendo mudar a aparência, o coração, tirar de cima umas vontades antigas, alguns sonhos passados. Tinha perdido aquela vontade adolescente de sofrer toda semana por um amor.

Sentiu saudades daquela menina. Saudades do que é fácil, indolor. Perder um amor é morrer na praia, com flores na mão, de baixo de sol quente. Encontra-se um refúgio longe do que é difícil e viver é triste quando não se têm motivos para levantar da cama. Mas uma menina daquelas te faz correr quanto for preciso. Te joga um balde de água no rosto, rapaz. Te faz tomar um choque.

Pingavam-lhe aos olhos pequenas gotas da chuva que desciam pelas beiradas dos prédios. O coração cheio de calor e paz o esquentava. Nada restara senão a vontade de viver. Esperava olhar nos olhos daquela menina para quem havia dito que "não lembro, não". Queria contar que lembrava sim de onde a havia visto. Que sabia sim, queria tanto que sabia. E não ia esquecer. Esperaria até as 10. Depois das 10 iria embora.

Mas não a viu. Ficou lá, nervoso, com o cigarro quebrado pela chuva fina, daquelas que faz cócegas no rosto. Levantou da escadaria da igreja às 11. Foi embora as 11:30. Perdeu-se no caminho de casa, perdeu-se da guria de cabelos vermelhos, perdeu-se a tristeza que tomava-lhe o rosto. No reflexo da vitrine, não eram lágrimas não. Não chegou a ir para casa, nem para qualquer lugar conhecido. Seguiu para uma loja de meias, em frente à banca de jornais. Sentou no café da esquina e voltou a escrever. E escrevia tão concentrado, abençoado, viu-se até um sorriso. Viu-se uma vida ali. Olhou para os pés, as meias molhadas. Decidiu que as trocaria.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Tumulto

Eu não escuto o barulho das teclas e o som está alto demais para o vizinho. Eu quero tomar várias doses triplas de qualquer coisa forte. Eu quero tomar você e injetar você e cheirar você. Eu quero uma porrada e duas porradas a mais pra sentir alguma coisa. Eu quero uma rebelião e quero mãos dadas. Quero choque e dedos trêmulos. Ou talvez eu só precise de noites. Tudo bem se você vier comigo e jogar baldes de tinta no mundo a fora. Não há mal nenhum em subir aos céus para fumar um baseado. Eu vejo cabos elétricos ricocheteando nas árvores da esquina da sua casa e tudo que eu queria era encontrar em você um cantinho pra desabafar. Te contar que eu não sou tão forte assim, meu bem. Eu me esqueço e me perco também. E nós estamos sempre perdidos. Quem sabe no caminho de casa eu encontre você?

sábado, 12 de novembro de 2011

Esse caso de amor faz as linhas parecerem mais bobas

Tudo bem, agora que agosto passou vai ficar tudo bem. O verão logo chega e junto dele vem você. Eu te espero e peço pra ficar. Mesmo sem saber se vamos sobreviver aos meses que virão. Sem saber se existe um futuro pra nós duas. Mas eu te quero toda vez que eu te vejo. Fica até perigoso que, sem querer, eu te beije. Fica até perigoso que, sem querer, eu te ame demais.

Esse seu olhar bobo de menina certa pra mim me deixou meio caindo pelas beiradas dessa cama de casal pequena demais pra nós duas. Você vem mais uma vez e eu fico quietinha do seu lado, rezando pra você não ouvir o barulho que meu coração faz. E eu te abraço e te conto que esse tempo todo sem você não fez sentido nenhum. Não fico mais nenhuma semana sozinha nessa cama, amor.

E é assustador como esse amor nos levanta do chão e nos leva para dar uma volta entre estrelas de labirintos de satélites. Eu vou quando você me pedir. Eu giro o mundo pra te ter mais perto de mim. Eu largo aquelas menininhas sem graça e te dou um anel gigante. Qualquer promessa é pequena demais perto do tamanho que meu coração cresce perto de você. Qualquer coisa, qualquer coisa, qualquer coisa é pequena demais. Posso até te escrever algumas linhas de um texto chato e clichê. Posso até te chamar pra morar comigo. Se quiser, até te ofereço umas férias no meu apartamento. Até te dou o mundo se você sorrir.

E eu penso coisas bobas quando deixo as mãos soltas, sem cigarros, sem amassos, sem confusões. E penso em segurar você, quando seguro no vazio. E sinto tanta saudade de você que dá vontade de deixar o fogo queimar. Pra ver no que dá, né. Pra ver no que dá uma história de tantos anos que não termina nem agora. Nem nunca.

Breve carta de despedida

Te quero feliz e satisfeita. Que a vida te traga outros amores e outros toques. Não largue os estudos e não desista do italiano. Te quero bem, menina. Tem tanta paz por aí, então respira. E virão outros romances, alguns melhores, outros nem tanto. Virão grandes amores que se perdem e se encontram. Muitas camas, macias ou duras. Chão de sala. Banheiro.

Ainda terás olhares, toques e carinhos. A vida desvenda os melhores sabores. Passarás por cigarros e pela falta deles. Ou pela falta de uma companhia, quem sabe? Verás um mundo colorido e filmes em preto e branco. Sentirás saudades de mim dia desses, mas tudo bem, tudo bem...

Te encontrarei em algumas esquinas e te mostrarei minhas novas tatuagens e minha blusa xadrez verde. Esbarrarei com seus futuros namorados e sentirei ciúmes da minha menina. Mas passa, você sabe. Irei ao cinema sozinha, tomar o mais surpreendente dos cafés e lembrarei das minhas revoltas de adolescente e sentirei falta de quem tanto me escutou.

Anos se passarão e ainda lembrarei de ti, que escrevia tão delicado em cima do meu corpo tão nervoso. E me via perdida nesse mundo que é tão imenso. E irei dormir às 9 e rezarei para esquecer tudo isso...

Pra não ter que escrever uma carta cheia de buracos e sem você. Pra não lembrar que te deixei ir. Pra poder respirar em paz quando não te encontro em mim. Pra não tornar realidade os rabiscos que fiz aqui. (...) Mas nada tão forte passa tão rápido. O gosto da sua pele grudou em mim. Me mantenho forte pra te deixar ir. E sabe, outros amores... e terminar mais um texto sem final.

sábado, 29 de outubro de 2011

Deixa, menina

Talvez vá chover a noite inteira e talvez a gente se perca nesse caminho. Mas as temporadas de chuva já estão quase no fim e, semana que vem, o céu abre. Você precisa muito, muito não precisar de ninguém. Deixa correr, menina. Deixa o coração leve para voar. Solta os cabelo e dança, dança, dança. Não deixe que ninguém tire esse sorriso do seu rosto. E lembra de mim como alguém que te amou demais do jeito errado. Alguém que quis existir para você e não conseguiu, mas ainda te guarda em um carinho imenso.

Tenho me sentido tão legal. Tão eu-mais-eu. E ainda assim, quando eu fecho os olhos, sou você. Para continuarmos nessas chuvas de verão temos que nos libertar um do outro. E viveremos como duas pessoas que se encontram na rua e sabem muito uma da outra, mas dão as mãos, um abraço e um beijo no rosto e vão embora. Simplesmente se encontram, se gostam muito e seguem caminhos distintos. Mas existe uma beleza em saber que alguém no mundo pensa em você antes de dormir. É essa destruição que me encanta e me faz continuar.

O caminho de casa mudou e eu ainda troco as pernas na hora de voltar. Mas quantas pessoas encontrei nos caminhos errados que tomei...

domingo, 23 de outubro de 2011

Choque, fogo, faísca. Foguetes.

E a gente pega esse pedacinho de céu colorido que restou e guarda nos bolsos. E deixa lá, esperando, um mês ou dois, um ano, quem sabe? Mas ainda sabemos que chove. É tão bom perceber que existem coisas muito mais importantes do que sofrer por amor. O mundo é tão mais importante que a sua dorzinha minúscula de quem ama demais. Se ninguém se importa, talvez você pare de se importar. E vai passar, viu? Passa, sim. E é lindo ver o inverno chegar sem tristezas, sem essa de nada-vai-dar-certo. As vezes tenho uma sensação de calor... um ardor no meio dessas cobertas...

Você chega me trazendo uns cigarros de presente, me pedindo desculpas pelo o que aconteceu. Tudo bem, amor... passou, viu? Passou, sim. Tinha me esquecido de como você fica bonita no frio. De como seu cabelo combina perfeitamente com o contorno do seu rosto. E até como as beiradas da cama ficam quentes quando você deita comigo. Fica até perigoso que, sem querer, eu te beije. E te peça pra ficar nesse fim de cobertores. E digo que talvez seja bom renovar o amor. Sem medos, sem malícia, sem nada que faça o inverno virar inverno de novo.

E perto de você eu tenho um tantinho a mais de paciência e fé. E acredito nessa história de fogueiras, atritos, choques. De proibidos, amassos, tesão. Acredito no que seus olhos distantes me gritam. E nada faz sentido, mas perder o sentido também pode ser bom. E amar você vai além do que meus instintos de razão me dizem. Vai além dessas estradas que parecem tão eternas. É muito mais do que o arrepio de um toque. Mas é tão fácil quanto se perder. E parece que eu me perdi no seu corpo, nos seus cabelos, na sua pele... me perdi tão facilmente em você.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Me dê um texto bom

Eu me levanto e vou embora sozinha. Sentar nessas mesas de bar e fumar todos esses cigarros baratos não me trouxe nenhuma inspiração. Senta amor, me explica umas coisas, me conta umas histórias, me faz qualquer coisa que dê um texto bom. Eu jogo minha cabeça pra trás e tento ver algumas estrelas. Só vejo você. Atrás dos meus olhos, descendo pela minha cabeça, sacudindo meus instintos. Só sinto você. Te chamo pra me levar pra alguma festa, pra algum rock, pra qualquer sintonia que dê um texto bom. Pra qualquer caso de detetive que me convença a amar de novo. Você pode se você quiser.

Eu deito, mas a cama continua rodando. Beber todos esses restos de copos não me trouxe nada. Nem você. Em qual canto do mundo você se perdeu? Ou se escondeu. Deita amor, não deixa isso se perder, não deixa a noite acabar. Escreve algumas linhas nesse papel e me dê um texto bom. Eu deito minha cabeça em você e tento enxergar algumas estrelas. E as vejo. Por todos os lados, dançando entre satélites, seguindo as linhas do seu corpo. Eu sinto todas as extremidades. Te chamo pra ficar comigo para sempre, para tentar de novo, qualquer sentimento que dê textos bons. Pra qualquer caso de amor que esteja renascendo. Eu posso se você quiser.

domingo, 18 de setembro de 2011

Carta

Quis tanto escrever para você.

(...)

Eu sei que faz muito tempo, que talvez você não se lembre da minha voz, mas eu tenho certeza que a minha letra ainda faz par com o seu sussurro. E que por mais que você vá chorar, ainda quer ler uma carta minha. Qualquer intenção de relembrar os anos que passaram me desmonta e eu não quero mais desmontar sozinha. Preciso de você para superar o que eu nunca superei. O que eu nunca vou superar. O que nós nunca vamos superar. Eu te amo. Existe maneira mais auto-destrutiva do que começar uma carta assim? Sinto falta de você. Da sua leitura entrelinhas do meu olhar. Do seu fica-bem-amor de manhã cedinho. De qualquer carinho e qualquer carinho a mais. Na verdade, falta sentir outra coisa que não seja saudade. Não sei porque quero escrever para você que já tem carro, já largou os cigarros e nem usa mais as mesmas roupas. Nem sei porque ainda fico nessa compulsão de te amar sendo que ainda nem troquei as meias. Eu parei em você e seu coração parou no meu. E você escondeu ele bem quentinho dentro daquela caixinha de madeira que eu te dei. E jogou fora as chaves. Tá ouvindo esse barulho? Eu quero saber de tudo, desde como-vai-você até ao vamos-dormir.

(...)

Mas eu não entendia nada daquilo. Nem do coração, nem de mãos suadas e copos jogados. Eu queria mais uma dose. Eu queria mais um segundo antes do cigarro apagar. Eu queria um pouquinho mais de você e um pouquinho mais de você sempre entornava. E minha mão encostava na sua meio sem querer meio por querer. Mas eu não entendia nada daquilo.

(...)

Lembra dos copos que eu pegava no armário mais alto da sua casa, no mesmo lugar onde eu escondi aquele cinzeiro horroroso que você tentou colocar na sala de estar? Eu sinto sua falta. Sinto saudades do seu jeito irônico de resmungar de qualquer coisa que aconteça. Das chatisses na hora de dormir. Sinto falta de todos seus defeitos exagerados e das qualidades quase extintas. Você era completamente im(perfeito) para mim. Até seu jeito espaçoso de deitar na cama me fazia te amar. O amor é uma coisa estúpida. E como eu te amava...

(...)

E é um saco que todos os segundos passem rápido demais para tão pouco tempo. E que tão pouco tempo tenha deixado meu coração tão grande assim. Eu não queria ir embora, queria deitar aí mais um pouquinho. E eu queria que aquele frio congelasse e que tudo ficasse bonito para sempre. Eu queria sua timidez dormindo comigo de novo. Eu tentei te jogar para cima só pra te ver voltando. E você voltou. E mesmo te amando tanto, te querendo tanto e me arrepiando tanto, eu não entendia nada daquilo. E não entender nada daquilo virou um problema.

(...)

Não que o amor seja tão simples e tão complexo assim. É que ver você acordando do meu lado me faz perder a razão. E trocar os caminhos me leva até a sua casa. E meu sono só passa quando eu deito do seu lado e você não me deixa dormir. Tudo passa. A vida é só mais uma parte do que o vento vai levar. Não que eu seja covarde, não que eu não tenha vontade de amar de novo. É que meu coração tá tão machucado, tá tão quentinho guardado, que não me deixa ver como é. E eu não quero ver como é. Eu não quero te amar tanto assim. Amar dói. Mas deixar partir dói ainda mais.

(...)

E a solução de tudo sumiu no meio dos travesseiros daquela cama que era nossa. Por causa do medo de amar. Mas tudo bem, tudo bem... Eu não vou voltar atrás e não vou te ver chorar de novo. Eu só queria dizer que eu sei que faz muito tempo e que talvez você nem se lembre mais da minha voz, mas minhas mãos ainda cabem nas suas e meu cobertor não tá esquentando direito. E por mais que eu vá chorar, ainda te devo umas noites. E uns beijos. E um amor. Eu te amo. Existe maneira mais auto-destrutiva do que terminar uma carta assim?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Cócegas

De repente, percebo que a Lua cresceu e ficou maior do que a minha casa. O céu é mais bonito no verão. Daqui dá pra ver as novas estrelas que incidem sobre nós. Ele me chama. Fecho os olhos por alguns segundos e posso me sentir feliz. A grama faz cócegas, mas tudo bem, tudo bem... Pensei por muitos anos que não poderia existir nada mais bonito que o céu azul marinho salpicado de pequenas grandes estrelas tortas. Até te conhecer. E descobrir que seu cabelo despenteado pode ser a coisa mais bonita do mundo. E até a falha da sua sobrancelha que me irrita todos os dias fica linda em você. E qualquer piada tosca que você conta no fim da tarde me faz encher de uma felicidade que eu só encontrava deitada naquela grama que faz cócegas demais, mas tudo bem, tudo bem... E você aceita todos os meus defeitos, todos os meus berros cantando Strokes de manhã cedo e todas minhas neuras de madrugada e ataques de inspiração. E eu adoro seu ciúmes tosco do cara da padaria e sua voz rouca de tanto fumar meus cigarros. E no céu eu não encontro todos os defeitos que eu só poderia encontrar em você. E eu não sei se existe graça no que não tem defeito. E você me rouba todos os dias da minha casa e me leva pra morar na sua cama e eu finjo que odeio que é pra ver se você volta. E eu quero que você volte todos os dias pra desarrumar o meu cabelo. E me deixar bem nervosa, pra me levar pra cama e fazer gracinha sobre sexo. E eu te olho com a sobrancelha arqueada e você fica com a maior cara de idiota tentando me imitar. A gente dorme, mas nunca dorme de verdade que é pra não perder tempo. Que é pra não deixar passar. Eu abro a janela no meio da noite que é pra ver se consigo te enxergar lá fora. Mas você é tão imperfeito que ficou perfeito demais para caber no céu. E eu volto pra cama e você fica fazendo uma coisa engraçada com a mão que faz cócegas, mas tudo bem, tudo bem...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Amor é feito ressaca

Paixão é feito cachaça

Entorpecentes

Não acontecem mais coisas bonitas por aqui. Meu coração tá tão sozinho, sozinho, sozinho, mas ainda continua cheio de você. Eu não te tiro daqui de dentro e não me convenço de que vai ser melhor assim, tô bem. A comodidade é uma merda. Ou talvez até a dor de um amor seja viciante. Duas tragadas e meia, seguidas de tosse. A meia parte é você. Qualquer sintoma que me faça dormir de mais ou de menos. Dá vontade de reviver para sofrer mais um pouquinho e lembrar que nada nesse mundo, nada nesse mundo, nada nesse mundo é tão perfeito quanto a imperfeição de amar. E a gente fica meio dopado, meio grogue, de ressaca e com vontade de deitar na cama. Mas deitar na cama virou uma coisa perigosa agora que não tenho mais você. E ficar sozinha virou suicídio. E qualquer droga sintética coloca meu coração de acordo com o seu. E, de repente, ficar sóbrio pareceu a coisa mais chata do mundo. E alguém podia admitir que a vida dá um medo filho da puta e as respostas pra tudo ficam muito mais longe quando a gente tá sozinho. Encarar um tombo é mais fácil quando tem alguém pra te segurar. E mesmo que não segure, eu ando tão entorpecida de você que, sinceramente, nem faria diferença. Mas me apaixonar agora seria um choque. Não voariam estrelas, nem cometas, nem seus sonhos de astronauta. Isso tudo dói pra caralho, eu não estou pronta pra mais uma explosão. Mas faz tempos que ando explodindo por dentro.

sábado, 27 de agosto de 2011

Estrelas de Saigon

O avesso da camisa tem cheiro de noite passada. Tem gosto de diversão. Tem gosto de proibido. E se eu te chamo você pula comigo, não é? Carnaval. E as estrelas de Saigon, meu Deus, eu achei que nunca poderia encontrá-las, mas as vi bem ao seu lado. Gosto forte na boca, feito cachaça, feito beijo não dado. Tento voltar pra casa e são três e meia da manhã, mas ninguém me diz em que esquina eu te deixei. Não escuto nem a chuva nem o vento, nem qualquer dose que me faça virar do avesso, que me mostre o quanto é eletrizante perceber que o avesso é meu lado certo. E que viver é tão bonito quando posso te ver. Nem ligo de sujar tênis e molhar roupas, quero iluminar nossa cama feita de semáforos e carros barulhentos. Fica tão gostoso fumar você, sentir você, qualquer coisa com você, que me esqueço que existem horas e que já passam das cinco e minha última carona acabou de sair. Nem percebo que se furar dói, se atropelar machuca, mas sinto sua mão apertando de leve a minha. E todos meus sentidos desaparecem para que eu possa ser você. E eu enxergo nos seus olhos, eu sinto na sua pele, eu me esquento nas minhas próprias mãos e vejo a mim mesma indo embora.

domingo, 21 de agosto de 2011

Esse texto não mereceu um título

Eu só quero um segundo antes de dar adeus. E que me lembre do céu desbotado, da explosão da cidade emudecida, da estática do encontro de mãos tão... repentina. Eu te dizia "calma, guria, longe tudo passa, tudo cicatriza, todas as estrelas parecem perfeitas lá em cima". E o tempo que se esgota, vai nos arrastando, procurando qualquer tipo de saída. Eu aceito qualquer cigarro, qualquer bebida que faça tudo andar mais devagar, fazendo tudo parecer mais bonito. Porque o som do arrepio é feito eletricidade. Não existirá escuro quando você passar. Daqui a 20 anos ainda vou lembrar do seu nome e de todas as vezes que você olhou para mim no meio da madrugada. O que acontecerá daqui pra frente é consequência do que aconteceu ali atrás. Ficaremos bem, meu amor, isso só ensina a se proteger. Não há mal algum na saudade e no desespero. Não há mal algum no amor. Agora só é diferente, mas nada disso é tão ruim assim. É como acordar um dia, tomar café da manhã, comprar uma roupa nova e esquecer de hábitos antigos. Esquecer que acordar era sentir seu corpo no meu. Tomar café da manhã era as 15:00 horas. Comprar roupas novas era vestir você. Parece triste falando assim, mas há espaço para viver ainda. Temos corações mais maduros agora, que mudam com as estações, podem se tornar mais frios, mas quando chega o verão, se enche de vontade. Ou talvez só precise de um porre. O amor é uma coisa louca e dissimulada. Te leva embora a razão e alguns pedaços da alma. Te promete que tudo ficará bem. O amor nos derruba. Eu quero mais "apesares", ou talvez eu queira inventar um texto para dizer que é fácil se levantar quando os joelhos já estão ralados de tanto tropeçar. Eu quero inventar que apesar do choro na garganta e dos dias que passam devagar demais, ainda há uma chance. Eu quero inventar que esqueci que acreditei que você acreditou e eu disse "calma, guria, tudo passa, daqui a alguns dias vou estar aí". De noite, eu quero acreditar que tudo acabou, eu quero procurar uma carta a mais, eu quero um pouco do perfume que sobrou e você nunca mais usou com medo de me respirar. (A partir desse momento um ano se passou). Uma nova vida sorriu para mim e a aceitei. Eu me levantei e mesmo com mãos sangrando e cicatrizes expostas me arrisquei a sofrer tudo de novo. E ainda penso "mas o que é o amor senão um monte de machucados?" Eu me deixo sofrer para amar mais um pouquinho. A vida agora parece um pouco mais bela e um pouco mais sádica, ainda assim morro de saudades de você. Vezenquando te mando uns sinais, umas lágrimas simpáticas de quem diz "oi, me conta um pouquinho da sua vida?", outras sento e choro mesmo. De tristeza de ver um amor indo embora. Eu só preciso de um segundo para dizer adeus. Mas como seria bom se esse segundo durasse para sempre.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Quando eu percebi que te amo

Percebo quando sorrio no meio daquela prova de física de 30 questões abertas só porque pensei em você. Quando bato a cabeça na quina da porta do carro e ainda consigo gargalhar da piada que você me conta. Quando a gente briga, mas insiste em ficar emburrada na mesma cama. Quando acordo de manhã com cara de noite passada, cheiro de cigarro velho, cabelo amassado e você ainda diz que eu sou linda. Admiramos todos os nossos defeitos e ainda conseguimos nos apaixonar. Percebo que é amor quando deito a cabeça no travesseiro e sinto a cama leve demais só pra mim. Nos minutos antes de te encontrar em que cada segundo desse relógio acompanha minha ansiedade e eu fumo uns três cigarros só pra ocupar as mãos. Só pra ter alguma coisa pra me abraçar. No meio do filme que perdi a parte mais importante só para olhar pra você. Nos dois segundos antes de dormir em que eu posso abrir os olhos e te ver tão pequenininha na metade da cama. Cama que mal cabe a gente, mas parece gigante quando você vai embora. E noites acordadas, cobertores jogados ao chão, cheiro de quarto. Madrugadas que passam tão rápido quanto ao final de semana que se estendeu até domingo de noite. Horas que viraram semanas e ainda assim parece tão pouco. O dia não suporta a saudade que eu sinto de você. Perto, longe... qualquer ausência que eu encontre. Te quero escovando os dentes no meu banheiro, trocando pernas e lençóis. Dividindo cigarros que estão acabando, discutindo hipóteses que juramos que são verdades. Brigando por ciúmes bobo, quebrando o orgulho no abraço. Eu quero você daqui a dois segundos, dois anos, dois séculos. Dois "para sempre". Meu e seu. Porque eu percebi que é amor quando, sem querer, olhei para você e me vi aí dentro. E seus olhos se tornaram verdes, seu caráter ficou irritante e, de repente, estávamos em algo que eu gosto de chamar de "sinceridade".
E eu vou vivendo, vou lembrando, vou dormindo vezenquando, mas só quando o cobertor esquenta. No meio de tanta confusão, tanto cinismo e ironia. Cadê aquela vontade de ser que eu via nos olhos? Não se provou, não se venceu, deixou assim, só por ser. Eu sei como é acordar de um sonho e permanecer em uma eterna utopia. Mas eu te cutuco e te puxo pra abrir os olhos na direção de onde o Sol nasce. Bonito, ahn? Pode ser você. A loucura dos homens, o amor excessivo das pessoas, a maldade que nos prende dentro de casa. Quem te impede de viver? Pode abrir o jornal, tomar o seu café, depois das doze não vale mais a pena. E então, pelo o que você vai lutar quando o mundo tiver acabado? Quando os amores estiverem mortos? Quando as estrelas caírem em sua direção? Vai fazer um desejo?

sábado, 6 de agosto de 2011

Posso entrar?

Então, já te vi antes? Não sei. E eu dizia "meu Deus, mas eu tou achando essa menina bonita demais pra ser normal". Abre os olhos, pequena. Não há nada tão forte no mundo que possa te impedir de acreditar. Se quiser um abraço, pode vir, vem. Eu te cuido, te prometo. Já te disse que você é linda hoje? Não chora, não, amor. Vem cá, vem? Eu te sorrio, te exploro. Deixa eu entrar? Tá frio aqui fora. Não me deixa na chuva não, tá. To aqui te precisando, sei que você me precisa também. Deixa eu olhar para esses olhos? Me dá uma paz, nem eu sei como é. Ei, já te vi antes? Eu sei. Mas eu dizia "meu Deus, mas eu tou achando essa menina bonita demais pra não ser minha". Não há nada tão forte no mundo quanto o que eu to sentindo agora. Não solta desse abraço, viu? Eu te adoro, te encontro. Deixa eu te olhar um pouco mais? Quantas pessoas já te disseram que você é linda hoje? Para de rir assim, amor. Eu te aguento, te suporto. Não me deixa sair. Tá tão quente aqui dentro. A gente se precisa de noite, de cobertor, de estrelas.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A segunda vez

Perigo tornar-se um só, fugitivo do amor, perdedor de palavras bonitas. Singelas não, devo dizer, mas bonitas. É preciso coragem para esquecer sentimentos que aquecem. Mas dito, o fiz. Não sou mais feliz ou mais triste agora, não sinto nada além de um certo está-tudo-bem-está-tudo-bem. Não me arrisco mais, meu coração teima em dizer não para qualquer forma de amor. Não o culpo. E torna-se ainda mais difícil encontrar-me neste mundo, onde caio pelas beiradas, onde espalho-me por estas águas. Não me vejo nunca, e assim, nunca me vendo, jamais te encontro dentro de mim. Sorte é você ver por onde não vejo. Acordo todos os dias e ainda quero viver. Agarro todos os pedaços que perdi neste caminho e te sigo. E te sinto, te confesso, te acredito, te amo.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Que se conhece ou compreende por seu caráter de certeza

Não te gosto tão simples assim. Nem compreendo a simplicidade. Quanto mais complicado, mais bonito. Quanto mais desarrumado, mais memorável. Ninguém quer lembrar da ordem e da calma. Todas as lembranças fazem-se de explosões e chuvas de meteoros. Eu lembro de você por ser um desastre. Eu durmo contigo por nunca me encontrar tão evidente na minha cama vazia. Eu gosto é da bagunça. De acordar com pernas trocadas, cabelos jogados e sorrisos espalhados.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Preciso-ser-alguém-melhor

Eu debato com o meu coração coisas que não importam a ninguém, somente à minha alma e ao meu "preciso-ser-alguém-melhor". De tanto procurar saídas clássicas e frases de efeito encontrei a mim mesma perdida entre papéis e livros, no meio de estudos e classes desamparadas. Eu me vi, pela primeira vez na vida, levantando de um anseio de tomando uma decisão. Eu encontrei, mesmo sem querer encontrar, um espelho. E fui seguindo assim, feliz.

Este espaço é dedicado para um monólogo interno

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Passado

Existe uma parte de mim que grita as cicatrizes no meu corpo. Existe algo em seus olhos que acalma minha ferocidade. Minhas memórias correm ao meu encontro para me lembrar de quem eu era, mas a gente deita nesse gramado e quando olha pro céu, só quer ser alguém melhor. Não te machuco mais, meu bem, faço promessa a qualquer santo, qualquer céu, qualquer sorriso que vier de você.

Peguei aquele nosso amor e guardei. Mas te guardo, te aguardo, te recordo e me acordo desse sonho que é viver. E saio para descobrir um outro amor. E solto sua mão para que você ame também. E nada mais será tão perfeito quanto nós dois, mas qualquer coisa que se aproxima enche o coração de paz e de calor. E a gente guarda para quando chegar o inverno.

Aprendo que o amor sobrevive ao frio, ao vento, à fome e até nos esquenta quando precisa. Não tem data de validade, quanto mais velho, mais aconchegante fica. E as bobeiras que fiz no passado, meu amor, só serviram para me fazer crescer. Qualquer lágrima que venha, qualquer escorregão que apareça, a gente deita com a cabeça no colo e lembra que já passou por coisa bem pior. Eu ainda estou aqui pra escrever para você.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Já te alcanço

Antes de alcançar meus sonhos eu preciso alcançar você.

Você já abriu mão dos seus sonhos por alguém? Eu escrevi. "Um amor tão puro que não podemos tocar". Minhas ambições dependem do seu olhar. O seu olhar depende de mim. Eu não quero ficar sozinha nessa estrada. Eu posso me sufocar a qualquer momento. Você quer o meu ar para sobreviver? Me sinto tão egoísta pensando assim. E o que eu almejo? Na minha casa sempre vai ter um quarto a mais? Você tem que me responder. Das minhas angustias quem vai tomar conta? "Mãe, eu não tenho um amor".

Qual foi o anjo que te trouxe pra mim?
Eu te sinto.
Eu te sinto em mim.

domingo, 10 de julho de 2011

The city and the love

Eu quero mudar o jeito que as luzes tocam. Eu quero ser a diferença. Porque só tentar não me basta. Eu quero ser a parte que descobre um mundo inteiramente novo. Eu também quero segurar a sua mão. Quero te mostrar de um jeito mais claro como é amar alguém através do universo. Não faz sentido se não for agora. Eu tenho pressa de você, tenho pressa do nosso amor. Quero cobrir tudo de pegadas. Andar é mais fácil com você do meu lado. E mais rápido. Eu quero me apegar a você para não desistir tão fácil. Eu quero acordar no meio da noite e te levar pela mão para pintar essa cidade. E mesmo que algum dia não exista mais o amor, existirá nós dois. Prontos para recomeçar a cair. Mas levantar.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Cardápio

Você inventa uma desculpa qualquer pra me convencer que foi engano. Eu finjo que acredito e você continua planejando essas viagens que eu nunca entendi. Eu peço pra te encontrar em qualquer canto dessa cidade, a gente marca um horário e você não vem. Não ligo pro tempo perdido, pro cigarro queimado e sigo meu caminho que nem tem mais graça sem você tirando sarro de tudo. Eu lembro do jeito que você assustava fácil em um filme de suspense barato que a gente alugava pra espantar o tédio que você sentia. Eu nunca conseguia ficar entendiado perto de você. Eu tento mais uma, mais duas e você não atende. Tento procurar a desculpa menos dolorosa. Deve ter perdido a hora no meio daquelas cobertas. Eu lembro que esqueci minha blusa e um maço de cigarros na sua casa, mas é só uma desculpa. Tropeço nesses anseios de te ver só mais uma vez, ou duas, quando toco o interfone da sua casa. "Desce só um pouquinho?", esqueci de pedir de volta o que era meu. Você me pede pra subir. Te olho com aquela cara de quem quer entrar. Deixa eu ficar pra sempre? Deixa eu te olhar mais dois segundos antes de você sumir pela porta do banheiro? Daqui consigo escutar a confusão que você faz quando precisa escolher alguma coisa. Você quer correr de mim pra pensar um pouco, mas sabe que eu não vou deixar, senão você esquece e fica pensando pra sempre. Você dá um passo e minha mão te acompanha. Eu te abraço e te deixo em cima da muro, num ir e vir sem saber o que fazer. Eu te carrego e te puxo pro meu lado. Você aceita e, agora, quem te deixa entrar sou eu.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Recordar e recomeçar

Você parece tão pequena vista daqui de cima. Eu queria descer e te abraçar, mas é estranho te ver por baixo. "Eu te amo", quero dizer. Eu nunca, nunca digo nada. "Eu te odeio", é o que eu escuto. Eu nunca entendo porque. Eu corro e te procuro, só pra te irritar mais um pouco. Eu te vejo querendo ir, mas sempre leva contigo as minhas roupas. Seus trocados no bolso ficaram comigo. Sua bagagem está debaixo da minha cama. Eu te alerto e te explico. Você me olha e parece não entender. Eu te machuco e você me cura. São essas histórias que nunca têm fim...

Eu te entendo e te deixo. Você chora e vai embora.
Eu te busco e te lembro. Você fica e me abraça.

Eu tento não te querer, mas você me faz querer ficar.

Cosmos e estrelas

É como tocar um mundo que se perdeu entre universos que jamais poderão se encontrar. É a realidade que nos expõe como pequenos amadores do amor e insignificantes pontos que já não brilham mais. Perdemos nossa beleza em algum canto dessas ruas vazias. É impossível encontrá-la no meio de tanta confusão. A insegurança nos ganhou em algum ponto desta competição que carrego nas mãos e, vez ou outra, dá até vontade de dançar. Fazer as luzes piscarem enquanto seguem seus passos. É como reger uma cidade conforme suas cores. Ainda procuro a liberdade em qualquer modo de andar que vejo. Correr passou a ser o movimento mais livre que consigo encontrar. Mas ainda podemos viver como se fôssemos anfitriões do mundo. É só subir as escadas até a estrela mais próxima e embarcar em uma viagem para fora de casa.

domingo, 19 de junho de 2011

Sim

Por não ser tão perfeita assim. Por distrair a cada passo. Por escorregar em cada armadilha e se perder em todos os quarteirões. Você precisa de mim para andar em linha reta, na corda bamba, de mãos dadas com o desleixo. Eu sou a parte completa que você vai precisar. Não é feio. Sua beleza é explicita, está gritando para todo mundo. Você a fez gritar. Por ser decidida, por se atrasar. Por não deixar tudo no lugar. Eu preciso de você para me encontrar cada vez mais sem rumo. São nesses erros que se encontra o meu amor. Nas suas linhas, que se não fossem tão tortas, não teriam se encontrado com as minhas. Sua voz soa tão clara para mim. Na minha cama você faz tanto sentido. Onde você vê o erro, eu encontro a perfeição.

Eu enxergo os seus detalhes. Cada pontilhado da sua pele, formando um corpo só. Eu sinto você no mínimo que acontece, na distração de um café, na bobeira do cigarro que já chegou ao fim, no acaso do tênis desamarrado ao atravessar a rua. Eles não te entendem, porque não detalham. Quem não detalha, tá nervoso demais. Tá ansioso. Mas você me acalma. Encontrei meu equilíbrio quando tropecei em você. Foi só mais um acaso dos seus detalhes.

Você é um "sim" pra cada "não"que eu escuto.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Se antes eu não ligava, hoje penso "Meu Deus, com tanta coisa pra mudar, tanta revolução pra fazer e tanta roupa pra lavar, porque ficam nessa veadagem?" Se ainda te restam uns trocados de loucura, abrace-os, é sua última chance de mudar o mundo. Se você precisa de um apoio, tente olhar para o seu cérebro. Ele existe, mas você não o vê, não é? Tem alguém por aí que te apoia, mesmo que não esteja perto. Se ainda existe alguma vontade de ser diferente, venha comigo. Se o mundo é pequeno demais para as suas ambições, explore-o. Você vai conhecer coisas que nunca viu. Se o seu amor não cabe mais no seu coração, libere-o. Ele quer sair a muito tempo. O seu corpo tem alguns centímetros, mas a sua alma cobre o universo. Se você não tiver vontade de levantar, ninguém vai ter por você. A educação começa no equilíbrio da mente. Se interesse mais. Quer mais uma dica? Be the revolution.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Perder e encontrar

Eu te procuro nos espaços vazios dos meus dedos. No lado bagunçado da cama. Na respiração pesada no meu pescoço. Te procuro nas roupas jogadas no chão. Na ferocidade desses lábios que não são seus. No banco mais afastado da praça. Eu te procuro em todos os lugares que eu poderia te ver, mas você nunca está.

Eu te encontro em uma paisagem vazia, entre cervejas e cigarros, com um monte de amigos que não são meus. Em um sorriso jogado, que não precisa mais de mim para ser completo. Te vejo encontrando sentido em outros corpos, outras almas, que não te dão mais do que alguns trocados. Te encontro em todos os lugares que eu não queria encontrar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eu te amo, que caralho.
Desculpa se eu sou foda. Babaca. Esquece o que eu disse. Já esqueci. Idiota. To aqui te esperando e você não chega. Nem vou. Então tá, não vem. Tu não quer. Sempre quero você do meu lado. Se for assim, não precisa esperar. Então não espero mais. Não espera mais nada? Te espero pra ver um filme, mas me trás um cigarro? Eu vou, mas espero que você tenha um filme bom. Tá brincando? Quero ver um filme bem down. Quero ver você. Porque você mora longe? To aqui tão pertinho. Tá mais longe do que deveria. Porque você me vê assim? Porque não posso sentir seus braços em volta de mim. Mas tá dando pra me sentir assim? Assim não é suficiente. Desculpa. Desculpa pelo o que? Não sei. Deixa pra lá. Deixo, sempre.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Quero deitar com você no final do dia sem compromisso. Não deixa ficar pesado, pode ser natural, porque assim a gente se entende. É sem gritar que se escuta. Deixa o toque falar, não força a cama hoje a noite, pode sorrir sem medo de se entregar. Não diz que me ama quando acordar, deixa que eu descubro. Deixa que eu te ame de volta. Deixa tudo de lado, escondido nos lençóis, misturado nesse meio termo e eu continuo te deixando, porque sei que vai voltar.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Eu já rodei esse quarteirão três vezes e ainda não encontrei um motivo para parar. Tento me lembrar quantos cigarros eu ainda tenho pra fumar. O barulho dos relógios me diz que nosso tempo acabou. Estamos sozinhas mais uma vez. Onde fui que eu te perdi, onde eu deixei você escapar pelos meu dedos... tão silenciosa?

Eu te vejo partindo e me esquecendo e me roubando partes vitais para acordar na manhã seguinte. Eu não vou atrás. Porque não me importo. Mas não desista de viver, meu amor. Ainda existem tantas coisas bonitas para se ver, tantos amores escondidos, tantos sorrisos esperando por você. E eu também quero te ver sorrindo. "Vai passar, eu prometo, eu prometo que vai passar". Te quero bem. Preciso do seu sorriso, para poder respirar. Cuida de mim, que eu cuidarei de você.

Persistência? "Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?"

domingo, 29 de maio de 2011

Deu de novo

Tá tudo bem, tudo bem... aconteceu de novo. Não acostumou ainda? Ah, para com isso. Tá escrito na parede do seu quarto, eu já rabisquei pra não esquecer. Pra transformar numa filosofia, vou te lembrar mais uma vez: minha crise só tem um tema. É amor. Que saco, né? Queria mais era conversar sobre política. Sempre a mesma coisa, não muda nada, só piora. E a culpa é sua mesmo, não vou tentar esconder. Sempre caio nessas e nem vou dizer que agora é nunca mais, porque me conheço bem. Vou ficar numa fossa tremenda. Fazer o quê? Amor é danado, nos dá tudo e depois tira. Liga não, meu bem, essas coisas acontecem. Meu coração, cheio de cicatrizes, que reservou um lugar bonitinho pra você, aguenta mais uma. Mais duas, quem sabe até três. Mas de três não passa. Pensando bem, quanto de coração eu ainda tenho pra amar? Ah, vai saber... mas quem é que sabe? Nossa, que saco, esse assunto de novo. Ih, nem me vou me estressar, daqui a pouco vem outro texto com a mesma coisa. É, vida de quem ama não é fácil.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

É, meu bem, faz tanto tempo
Que te espero aqui dentro
Meu coração ficou sozinho
Mas já vai voltar
Não vai acabar
O nosso amor...

É, amor, não faz sentido
Andar por aí de coração partido
Enquanto existe alguém pra te amar
E não deixa esfriar a nossa cama
Que depois de amanhã

Já vai voltar
Não vou deixar acabar
O nosso amor...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sei lá. Fico nesse meio termo. Nesse ir e vir. Penso demais em você, mas não é suficiente. Onde foi que te larguei? No meio dessa cidade, que horas você começou a ficar confusa? Perde-se a noção do que é ontem e hoje, perdem-se as memórias que costumavam nos acalmar. Então, onde foi parar nosso bom senso? Não quero mais ficar parada. Corri tanto por você, que passei na sua frente. Eu tropecei tanto para você me notar, que outra pessoa acabou me encontrando.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Liberdade é me prender a você

O que estamos fazendo nos olhando desse jeito? Devíamos nos levantar e retornar para onde moramos. Não é exatamente como nossos sonhos de criança. Eu poderia levar essas rosas para a casa na árvore e fazer florescer nosso céu. Ciano. Construiremos nossa escada para alcançarmos as estrelas e eu prometo que abandonaremos os cigarros em cma dessa TV que não muda de canal. "O que é felicidade?" Construir uma cerca que limita a nossa preocupação com toda essa perfeição. É encontrar sentido na bagunça do seu quarto. Deixar que uma música o toque profundamente. É olhar para dentro de nós e encontrar um verdadeiro amor.
Eu te vejo parada em frente a minha casa, a pouca iluminação dos postes dá sentido para minha ilusão quando eu aceno para a única pessoa do mundo que poderia me entender agora.

"Fica fácil assim, viu, amor?"

Sem você aqui fica mais confortável sentar nesses bancos abandonados da praça central dessa cidade-fantasma, onde os amantes se escondem de suas histórias, já escritas, com medo do que virá depois, pois é seu destino chorar demais por um pouco que se ama.

"Vale a pena assim, viu, amor?"

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nick and Norah

-Sabe do que se trata tudo isso, Nick?
-Do que se trata tudo isso?
-Disso, Nick. É disso que se trata.
-Não...
-Os Beatles.
-O que têm os Beatles?
-Eles sacaram
-Sacaram o quê?
-Tudo.
-Como assim?
Dev tira o braço e o coloca no meu, pele com pele, suor com suor, toque com toque. Depois ele passa a mão na minha e entrelaça os dedos.
-Isto. É isto que os Beatles entendem.
-Acho que não estou acompanhando...
-Nas outra bandas, é sobre sexo. Ou dor. Ou uma fantasia qualquer. Mas os Beatles, eles sabiam o que estavam fazendo. Sabe porque os Beatles ficaram tão importantes?
-Por quê?
-I wanna hold your hand. O primeiro single. É brilhante porra. Talvez a música mais brilhante que já foi composta no mundo. Porque eles sacaram. É o que todo mundo quer. Não sexo quente o dia todo, sete dias da semana. Nem um casamento que dure 100 anos. Nem um Porsche, um boquete ou um barraco de um milhão de dólares. Não. Eles querem segurar a sua mão. Eles têm um sentimento que não conseguem esconder. Cada canção de amor de sucesso dos últimos 50 anos pode remeter a I wanna hold your hand. E cada história de amor de sucesso tem esses momentos insuportáveis e intoleráveis de mãos dadas. Acredite em mim. Eu pensei muito nisso.
-I wanna hold your hand- repeti.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

É bonito aqui. Mesmo sem você aqui continua bonito. É o jeito que a natureza se move, a dança da chuva caindo devagar. Sabe essas coisas que não se explicam? Até sua ausência enfeita o lugar. Até o céu fica confuso, metade cinza, metade arco-íris. Mesmo essas essas pessoas sem sentido sorriem. É confortável, mesmo sendo triste. Eu te espero porque sei que você vai chegar. Não marcamos hora nem lugar, mas você sempre acaba chegando. Sei que você sabe até a roupa que eu estou usando, sabe que troquei de cigarros e que to usando os óculos de ontem. Você só sabe. E eu te enxergo quando fecho os olhos, vejo esses feixes de cores misturadas. São as suas cores. É a cor do seu sorriso, do seu cheiro e até do seu olhar. Vermelho, vindo na minha direção. Aprendeu a sentir? Não dói por ser verdade, nem por ser tão duro assim. Só dói porque tem que doer e se não doesse, não seria humano. Nem seria eu, nem você. Nem nós. Mas passa, você sabia?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Se você pedir eu fico, você sabe. Fico mais dez minutinhos, mais dez dias, fico pra sempre. Só precisa me pedir. Se você falar que é, eu concordo, você sabe. Concordo com o que é errado, com o que não deveríamos fazer. Só precisa falar.

domingo, 24 de abril de 2011

Não dói por ser verdade, nem por ser tão duro assim. Só dói porque tem que doer e se não doesse, não seria humano. Nem seria eu, nem você. Nem nós. Mas passa, você sabia?

terça-feira, 19 de abril de 2011

Espero que você acredite quando...

Eu nunca escrevi sobre você e não foi por não querer, pois eu quis muito. Sempre rabiscava alguns papéis (que mais tarde acabariam em desenhos bobos de bonequinhos de mãos dadas) mas não conseguia colocar em ordem as palavras que escolhia para te escrever. Quando finalmente cheguei a uma conclusão, não gostei dela. A verdade é que quando se ama tanto assim, palavras não são suficientes para encher uma folha de caderno com todas as verdades que eu quero te falar. Não adianta. Suficiente mesmo seria um beijo demorado, um olhar manso, a mão passando pela sua pele. Isso sim, bastaria.

Guardo meus lápis na gaveta da escrivaninha para tentar encontrar um outro jeito de te dizer o que é impossível falar. Como se diz para alguém "Você me salvou de todos os meus medos"? Será que é possível fazer alguém se arrepiar, suar e fechar os olhos só contando uma história? Ah, queria tanto saber... queria tanto te mostrar que você me tomou de uma maneira que eu não pude evitar. Simplesmente chegou e me levou contigo, nas suas brincadeiras, no seu sorriso bobo e, olha, até trocou o meu "teu" por "seu".

Ainda não consigo encontrar a solução para que, mesmo distante como sou, te mostrar que te quero tanto quanto quando estou ao seu lado, te ouvindo contar seus casos. Preciso confessar que às vezes esqueço de ouvir o que você fala e só fico te olhando. Te acho tão linda. Você é tão simples nas suas qualidades tão imensas. Não são grandes coisas o que me fazem apaixonar por você, mas sim um jeito de andar diferente, um sorriso distraído e, quando dou sorte, uma brisa que vem direto no se cabelo e te deixa reclamando que atrapalhou tudo. E mesmo assim você continua perfeita.

E agora, como te digo tudo isso? Quero te encontrar todos os dias e te amar todos os segundos, com a certeza de que te faço feliz. Vou tentar te mostrar que quero cuidar de você, que não vou embora tão fácil assim, e que, sem querer, me apaixono por você cada vez mais, só pelo simples fato de você existir. Você me diz que fui eu quem te encontrei, mas eu não estava olhando quando tropecei. Deve ter sido o destino. Vai saber.
De onde eu tirei a idéia de que não quero mais viver?

Palmas, palmas, abram espaço para que passe por nós esse frio que aos poucos nos corroerá e nos tornará miseráveis sofredores do amor que acabou e não volta mais. Me disseram que nunca haviam ouvido falar em finais. "De maneira alguma isso existe!", esbravejavam. Pobres sonhadores, iludidos e presos em suas convicções. Todos eles só ouviram falar sobre aquele amor surrado e gasto. Nenhum deles o havia vivido tão intensamente. Não como você, que acabou com toda minha esperança ao gritar em sussurros que o que a fez sorrir, também a matou. "Jamais pretendia ter amado assim, só me restaram as dores espalhadas por toda minha casa", foi assim que você me contou.

De onde eu tirei a idéia de que poderíamos ser felizes para sempre?

Cruel aquilo que chamam de paixão. Nós dá tudo e, ao mesmo tempo, nós deixa sem nada. Nus. Perdidos no caminho de casa. Caminho que conhecemos a anos, mas que nos confunde com tanta bagunça. Existe sim uma decepção para os amantes. "Quando acabou, eu estava cega", eu te ouvi dizer. E então, compreendi. O amor é bom, mas é traiçoeiro. E assim, finalizei minhas dúvidas, só por não querer aprender mais.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Vermelho

Quis tanto te ligar ontem, quis tanto te dizer, lembrar das coisas do passado que, ainda assim, estão tão frescas na minha memória. Você ficou tanto tempo distante, deixou o teu cheiro espalhado na minha casa, deixou tua ausência me lembrando que você não estava ali.

E então você volta. Fala baixo, me faz arrepiar, me deixa sem razão, me faz pensar que talvez seja hora de fazer tudo errado. Me conhece tão bem, me faz rir tão fácil. Parece brincadeira essa tua cara, parece desleixo esse teu jeito de andar, mas é só pra me conquistar.

Não desliga agora, deixa eu sorrir mais um pouco e me sentir confortável no teu sorriso. Guarda meus cigarros na tua bolsa que hoje eu vim sem nada e tô querendo me arriscar em você.

Eu quis não gostar de você, quis fingir que não era nada demais, mas tu insiste em soltar faíscas, fazendo explodir tudo que existe dentro de mim.

E é bonita a explosão.
E me faz te querer.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ex-amor

Te vejo distante, mas você nunca some por muito tempo. Cheia de manias, de casos, confusões, tão confusa, tão indiferente. Te vejo partindo, mas quem guarda os cigarros no tênis? Não complica. Amor ou ex-amor? E existe isso? Te sinto, sinto saudades, sinto você, mas parece tão longe, você anda tão apagada nesses últimos dias. Pintura em preto e branco, sozinha, perdida. Quer amar mas não quer ser um ex-amor. Quer existir, mas não quer morrer depois. Como você é?

quinta-feira, 24 de março de 2011

É o jeito que você me olha fumando com esse olhar de reprovação, seu jeito de ficar longe querendo ficar mais perto, sua mão na minha perna e eu te pergunto querendo afirmar “você tá nervosa?”. Porque eu quero que você esteja. Quero que você perceba que não, não há mais tempo pra esperar. Encosta tua cabeça no meu ombro, deixa eu falar que você me deixa com vergonha e não hesita em me beijar. Não deixa a chance passar, não me deixa ir embora de novo com essas idéias tão confusas, esses sinais me embaralhando, enquanto ando na sua frente com a chuva me dizendo que talvez seja hora de desistir. E se eu desisto, não volto, não te cobro, deixo você parada querendo me amar, mas sem coragem de pegar na minha mão e dizer “é contigo que eu quero ficar”. Porque eu quero ouvir que eu sou a solução dos seus amores interrompidos, mastigados e assim, tão complicados. Posso te levar pra minha casa, afirmar que te amo, porque nessa vida, quem sabe? Nada, nada se sabe. Posso acordar um dia e decidir que talvez seja hora de tentar de novo.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

So long ago

Eu sei como te esperar. Como se fosse um sonho teu, com cigarro na mão e o cabelo no rosto, coração acelerado, um abraço que espero a tanto tempo. Queria sair daquele hotel, queria te mostrar o meu mundo, meus olhos, meu coração. Eu quis sua atenção, seu amor, uma volta no parque, um café. Te mostrar minhas roupas, meu jeito, meu sorriso de satisfação. Eu queria você.

Fiquei minutos te esperando voltar, confesso. Meus cigarros acabaram, minhas mãos suavam, as palavras queriam sair, mas travavam e eu ficava ali, parada no meio de outras mil pessoas. Eu sempre soube que de longe encontraria você. E encontrei. Eu não queria ter ido embora, não queria ter deixado você andar na minha frente. Queria atravessar a rua de mão dada, esperar um beijo seu, me sentir calma, mas não deu. Te vi saindo, indo embora, se misturando, deixando de ser aquele amor antigo. Eu não gostei do fato de você não ser minha.




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Eu te amo da maior maneira possível. Como namorado, como amigo, eu te amo como uma parte de mim, com todo meu coração. Hoje acordei com alguma coisa faltando. Uma parte da alma, uma saudade imensa de você. Senti falta de existir para ti, ser seu amor, seu carinho, o motivo do seu sorriso e do seu choro. Me afastei algumas vezes, eu errei, quebrei, mas sempre que vou dormir penso em você e em como quero te abraçar, te sentir, te provar que ainda sou eu. O amor da sua vida, a melhor pessoa para você. Alguém que quis existir e não conseguiu. Sinto tanto carinho por ti, sinto tanto você comigo, me arrepio bruscamente, mas não é sexo. É amor. Do jeito mais puro, mais ingênuo. Vontade de tocar e ficar perto, transformar paixão antiga em amizade revestida, pintada com sete cores, como se não houvesse amanhã e nem timidez. Como se fosse só eu e você.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

20 anos

Você já reparou que de uns tempos pra cá você só tem reclamado da vida? Que as pessoas são máquinas, que seu emprego é um ritual, que seu corpo tá uma bosta, que sua família é um porre, que os homens são umas vacas no pasto, que nada tem graça e que tudo é igual? É o dia inteiro assim: "eu sou uma infeliz, uma gorda, eu não sei o que eu quero, eu não conquisto ninguém, ninguém me ama, ninguém me quer. Minha família parece um curto circuito, etc. etc. etc." Credo, que vidinha miserável que você tem, heim?
É, realmente...
As únicas compensações que você tem é que de vez em quando essas m
áquinas te chamam para sair, bater um papo, ir pra festas conhecer gente nova, te fazem alguns elogios... o seu emprego financia algumas coisinhas como o Estetic Center, aquele jazz mixuruco, estas roupas barangas, viagens para o Rio, excursões, estas besteiras que qualquer um pode ter...
O corpo s
ó serve para dançar nessas Upstairs da vida, fazer apresentações de dança no final do ano, andar pela praia no verão, dar um voltinha de bicicleta na Pampulha. Tem uns olhos que vêem o céu, o mar, as estrelas, as flores, os gatos (só, viu?) Tem dois ouvidos que de vez em quando ouvem um som do Gênesis, AHA, Vangelis (musiquinhas no telefone!) Até umas cantadinhas rolam, que procê num é nada. A boca? Só serve para ganhar refrigerante com bilhetinho, carona ida e volta para a cachoeira. Grandes bosta. Bem, serve também para conversar, cantar, mas isso é o de menos! Quanto a cabeça, além de ser sadia, funcionar bem e comandar tudo, não faz mais nada. Quanto a ninguém te querer... realmente, viu? Agenda de recados com fulano ligou, biltrano falou que você é muito boleira, o Príncipe Encantado já ligou só 3 vezes, ou o outro te chamou para ir para o Rio com ele. É, num ta bom não, né? Família? Só tem um pai, uma mãe, 3 irmãos. O pai só paga o rango, o apto, colégio, sai para passear, adora dar conselhos, paga o aparelho 2 vezes e ri sem achar graça. A mãe anda pra cima e pra baixo vendendo roupas pra comprar roupas pra mim e os 3 irmãos. Que por sinal adoram ser fotografados juntos e abraçados. Essa é boa. Quanto aos homens vacas... você não vive sem eles. A única vantagem que eles tem é o deleite que eles proporcionam, beijos, carinhos, abraços... E, com tão pouca vantagem para tantas desvantagens, porque você não tenta suicídio?

Ester Castro (minha m
ãe, gente!)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

If you want, I want

Parei um pouco pra olhar pela janela e tentar encontrar meus sentimentos que há tanto tempo se perderam nesses relógios. Complicado tentar explicar o que eu sinto quando fecho os olhos e vejo você, porque de todos os meus amores e todos os meus casos, você está sendo a que me toca mais rápido, mais profundamente e sem medo algum. Medo tenho eu, de te amar, te gostar muito, de uma forma que não dá pra conter. Assusta ter alguém que te sente o tempo inteiro e quer te ter de uma forma que não se explica, só se quer. Eu quero me arriscar, mas e quanto a você?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pra mim a maior declaração que existe é "Um dia quero escrever sobre você." Porque a gente só escreve sobre quem passou e marcou muito. Eu só rabisco sobre quem amo e quero e lembro tanto que até mostro aos meus amigos. E eles, quando lêem, conseguem ver o teu rosto.

domingo, 2 de janeiro de 2011

happy new year

Quando você se sente sozinha no meio de milhões de pessoas?

Eu tentei entender o que todo mundo procura. Acordar com calor no inverno, tropeçar nas roupas jogadas no chão, ver dois cigarros no cinzeiro. Queremos amor o tempo inteiro, sentimos uma necessidade tão grande de sermos parte de alguém que nos esquecemos de sermos
nós mesmos. Isso tudo transforma nossa casa em uma bagunça. Você também procura. Eu sei que sim, porque te vejo todos os dias querendo me chamar sem conseguir.

Tudo bem, meu bem... eu não te culpo.
O amor
é bom, mas é traiçoeiro.