É que, na verdade, não há uma fórmula para entender as piores questões do mundo. Aquelas que dão vontade de suicidar (ou de viver) para chegar a uma verdade absoluta. Não existem maneiras fáceis ou difíceis de alcançar o que é visto como impossível de compreender. O amor, por exemplo, é algo que de tão procurado, deixou de existir. Aquele cara, que tanto sofreu por "supostos" amores, ficou tão obcecado em achar sua alma gêmea, que puxou a primeira pessoa pela mão e fez dela o amor de sua vida. Mas o que ele não sabe é que o amor não se encontra assim. Não há uma escolha prévia e não dá para fazer um método científico com suposições, hipóteses e, muito menos, não existe um vestiário onde você experimenta a pessoa e, bom, se gostar leva para casa. Nós tropeçamos no amor. A decisão não pertence a você.
Seria fácil se pudéssemos tirar conclusões antes de nos envolvermos com alguém. Perceber que, talvez, aquela pessoa não seja a melhor antes de sofrermos um pouquinho por ela. Para entrarmos em um relacionamento é necessário que estejamos dispostos a nos arriscar. Temos que ralar os joelhos para descobrir se temos força suficiente para nos levantarmos de novo. E tudo isso, no final, parecerá uma grande dor de cabeça desnecessária, já que o verdadeiro amor de nossas vidas simplesmente aparecerá de uma maneira muito simples. Simples como beber água. Haverão, nos melhores defeitos, peças que se encaixam tão perfeitas quanto um quebra-cabeças. Uma vez construído emoldura-se e pendura-se no quarto. E, por mais que pareça uma brincadeira, é caso sério.
E é triste perceber que, sem querer, transformamos uma coisa tão pura quanto amar em algo que, simplesmente, perdeu seu significado. Na vontade de experimentar isso que todos dizem ser tão belo, nos apressamos e perdemos o seu valor. O "eu te amo", que era tão modesto e verdadeiro, tornou-se algo imposto pela sociedade. Quem não encontra seu par, vira um perfeito solitário. E disso, vêm preocupações que não deveriam ser tão importantes assim. O que ninguém sabe é que a maioria de nós somos perfeitos sozinhos. Somos uma parte do que vai ficar bonito. Não é algo que rege de acordo com os padrões estabelecidos por nós mesmos. É muito maior do que um simples abraço de madrugada.
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