quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

So long ago

Eu sei como te esperar. Como se fosse um sonho teu, com cigarro na mão e o cabelo no rosto, coração acelerado, um abraço que espero a tanto tempo. Queria sair daquele hotel, queria te mostrar o meu mundo, meus olhos, meu coração. Eu quis sua atenção, seu amor, uma volta no parque, um café. Te mostrar minhas roupas, meu jeito, meu sorriso de satisfação. Eu queria você.

Fiquei minutos te esperando voltar, confesso. Meus cigarros acabaram, minhas mãos suavam, as palavras queriam sair, mas travavam e eu ficava ali, parada no meio de outras mil pessoas. Eu sempre soube que de longe encontraria você. E encontrei. Eu não queria ter ido embora, não queria ter deixado você andar na minha frente. Queria atravessar a rua de mão dada, esperar um beijo seu, me sentir calma, mas não deu. Te vi saindo, indo embora, se misturando, deixando de ser aquele amor antigo. Eu não gostei do fato de você não ser minha.




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Eu te amo da maior maneira possível. Como namorado, como amigo, eu te amo como uma parte de mim, com todo meu coração. Hoje acordei com alguma coisa faltando. Uma parte da alma, uma saudade imensa de você. Senti falta de existir para ti, ser seu amor, seu carinho, o motivo do seu sorriso e do seu choro. Me afastei algumas vezes, eu errei, quebrei, mas sempre que vou dormir penso em você e em como quero te abraçar, te sentir, te provar que ainda sou eu. O amor da sua vida, a melhor pessoa para você. Alguém que quis existir e não conseguiu. Sinto tanto carinho por ti, sinto tanto você comigo, me arrepio bruscamente, mas não é sexo. É amor. Do jeito mais puro, mais ingênuo. Vontade de tocar e ficar perto, transformar paixão antiga em amizade revestida, pintada com sete cores, como se não houvesse amanhã e nem timidez. Como se fosse só eu e você.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

20 anos

Você já reparou que de uns tempos pra cá você só tem reclamado da vida? Que as pessoas são máquinas, que seu emprego é um ritual, que seu corpo tá uma bosta, que sua família é um porre, que os homens são umas vacas no pasto, que nada tem graça e que tudo é igual? É o dia inteiro assim: "eu sou uma infeliz, uma gorda, eu não sei o que eu quero, eu não conquisto ninguém, ninguém me ama, ninguém me quer. Minha família parece um curto circuito, etc. etc. etc." Credo, que vidinha miserável que você tem, heim?
É, realmente...
As únicas compensações que você tem é que de vez em quando essas m
áquinas te chamam para sair, bater um papo, ir pra festas conhecer gente nova, te fazem alguns elogios... o seu emprego financia algumas coisinhas como o Estetic Center, aquele jazz mixuruco, estas roupas barangas, viagens para o Rio, excursões, estas besteiras que qualquer um pode ter...
O corpo s
ó serve para dançar nessas Upstairs da vida, fazer apresentações de dança no final do ano, andar pela praia no verão, dar um voltinha de bicicleta na Pampulha. Tem uns olhos que vêem o céu, o mar, as estrelas, as flores, os gatos (só, viu?) Tem dois ouvidos que de vez em quando ouvem um som do Gênesis, AHA, Vangelis (musiquinhas no telefone!) Até umas cantadinhas rolam, que procê num é nada. A boca? Só serve para ganhar refrigerante com bilhetinho, carona ida e volta para a cachoeira. Grandes bosta. Bem, serve também para conversar, cantar, mas isso é o de menos! Quanto a cabeça, além de ser sadia, funcionar bem e comandar tudo, não faz mais nada. Quanto a ninguém te querer... realmente, viu? Agenda de recados com fulano ligou, biltrano falou que você é muito boleira, o Príncipe Encantado já ligou só 3 vezes, ou o outro te chamou para ir para o Rio com ele. É, num ta bom não, né? Família? Só tem um pai, uma mãe, 3 irmãos. O pai só paga o rango, o apto, colégio, sai para passear, adora dar conselhos, paga o aparelho 2 vezes e ri sem achar graça. A mãe anda pra cima e pra baixo vendendo roupas pra comprar roupas pra mim e os 3 irmãos. Que por sinal adoram ser fotografados juntos e abraçados. Essa é boa. Quanto aos homens vacas... você não vive sem eles. A única vantagem que eles tem é o deleite que eles proporcionam, beijos, carinhos, abraços... E, com tão pouca vantagem para tantas desvantagens, porque você não tenta suicídio?

Ester Castro (minha m
ãe, gente!)