sábado, 29 de outubro de 2011

Deixa, menina

Talvez vá chover a noite inteira e talvez a gente se perca nesse caminho. Mas as temporadas de chuva já estão quase no fim e, semana que vem, o céu abre. Você precisa muito, muito não precisar de ninguém. Deixa correr, menina. Deixa o coração leve para voar. Solta os cabelo e dança, dança, dança. Não deixe que ninguém tire esse sorriso do seu rosto. E lembra de mim como alguém que te amou demais do jeito errado. Alguém que quis existir para você e não conseguiu, mas ainda te guarda em um carinho imenso.

Tenho me sentido tão legal. Tão eu-mais-eu. E ainda assim, quando eu fecho os olhos, sou você. Para continuarmos nessas chuvas de verão temos que nos libertar um do outro. E viveremos como duas pessoas que se encontram na rua e sabem muito uma da outra, mas dão as mãos, um abraço e um beijo no rosto e vão embora. Simplesmente se encontram, se gostam muito e seguem caminhos distintos. Mas existe uma beleza em saber que alguém no mundo pensa em você antes de dormir. É essa destruição que me encanta e me faz continuar.

O caminho de casa mudou e eu ainda troco as pernas na hora de voltar. Mas quantas pessoas encontrei nos caminhos errados que tomei...

domingo, 23 de outubro de 2011

Choque, fogo, faísca. Foguetes.

E a gente pega esse pedacinho de céu colorido que restou e guarda nos bolsos. E deixa lá, esperando, um mês ou dois, um ano, quem sabe? Mas ainda sabemos que chove. É tão bom perceber que existem coisas muito mais importantes do que sofrer por amor. O mundo é tão mais importante que a sua dorzinha minúscula de quem ama demais. Se ninguém se importa, talvez você pare de se importar. E vai passar, viu? Passa, sim. E é lindo ver o inverno chegar sem tristezas, sem essa de nada-vai-dar-certo. As vezes tenho uma sensação de calor... um ardor no meio dessas cobertas...

Você chega me trazendo uns cigarros de presente, me pedindo desculpas pelo o que aconteceu. Tudo bem, amor... passou, viu? Passou, sim. Tinha me esquecido de como você fica bonita no frio. De como seu cabelo combina perfeitamente com o contorno do seu rosto. E até como as beiradas da cama ficam quentes quando você deita comigo. Fica até perigoso que, sem querer, eu te beije. E te peça pra ficar nesse fim de cobertores. E digo que talvez seja bom renovar o amor. Sem medos, sem malícia, sem nada que faça o inverno virar inverno de novo.

E perto de você eu tenho um tantinho a mais de paciência e fé. E acredito nessa história de fogueiras, atritos, choques. De proibidos, amassos, tesão. Acredito no que seus olhos distantes me gritam. E nada faz sentido, mas perder o sentido também pode ser bom. E amar você vai além do que meus instintos de razão me dizem. Vai além dessas estradas que parecem tão eternas. É muito mais do que o arrepio de um toque. Mas é tão fácil quanto se perder. E parece que eu me perdi no seu corpo, nos seus cabelos, na sua pele... me perdi tão facilmente em você.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Me dê um texto bom

Eu me levanto e vou embora sozinha. Sentar nessas mesas de bar e fumar todos esses cigarros baratos não me trouxe nenhuma inspiração. Senta amor, me explica umas coisas, me conta umas histórias, me faz qualquer coisa que dê um texto bom. Eu jogo minha cabeça pra trás e tento ver algumas estrelas. Só vejo você. Atrás dos meus olhos, descendo pela minha cabeça, sacudindo meus instintos. Só sinto você. Te chamo pra me levar pra alguma festa, pra algum rock, pra qualquer sintonia que dê um texto bom. Pra qualquer caso de detetive que me convença a amar de novo. Você pode se você quiser.

Eu deito, mas a cama continua rodando. Beber todos esses restos de copos não me trouxe nada. Nem você. Em qual canto do mundo você se perdeu? Ou se escondeu. Deita amor, não deixa isso se perder, não deixa a noite acabar. Escreve algumas linhas nesse papel e me dê um texto bom. Eu deito minha cabeça em você e tento enxergar algumas estrelas. E as vejo. Por todos os lados, dançando entre satélites, seguindo as linhas do seu corpo. Eu sinto todas as extremidades. Te chamo pra ficar comigo para sempre, para tentar de novo, qualquer sentimento que dê textos bons. Pra qualquer caso de amor que esteja renascendo. Eu posso se você quiser.