sábado, 27 de agosto de 2011

Estrelas de Saigon

O avesso da camisa tem cheiro de noite passada. Tem gosto de diversão. Tem gosto de proibido. E se eu te chamo você pula comigo, não é? Carnaval. E as estrelas de Saigon, meu Deus, eu achei que nunca poderia encontrá-las, mas as vi bem ao seu lado. Gosto forte na boca, feito cachaça, feito beijo não dado. Tento voltar pra casa e são três e meia da manhã, mas ninguém me diz em que esquina eu te deixei. Não escuto nem a chuva nem o vento, nem qualquer dose que me faça virar do avesso, que me mostre o quanto é eletrizante perceber que o avesso é meu lado certo. E que viver é tão bonito quando posso te ver. Nem ligo de sujar tênis e molhar roupas, quero iluminar nossa cama feita de semáforos e carros barulhentos. Fica tão gostoso fumar você, sentir você, qualquer coisa com você, que me esqueço que existem horas e que já passam das cinco e minha última carona acabou de sair. Nem percebo que se furar dói, se atropelar machuca, mas sinto sua mão apertando de leve a minha. E todos meus sentidos desaparecem para que eu possa ser você. E eu enxergo nos seus olhos, eu sinto na sua pele, eu me esquento nas minhas próprias mãos e vejo a mim mesma indo embora.

Um comentário: