terça-feira, 4 de maio de 2010

Peixe Grande

Um dia, meu pai me contou uma história sobre o que acontece com as crianças que desobedecem os pais e a partir desse dia ele nunca mais parou de contar histórias. Eu nunca entendi porque ele sempre mentia tanto, sempre se colocava como o herói e inventava personagens místicos que nunca poderão existir. Eu poderia escolher uma só história para contar, mas isso iria requer no mínimo um pouco de sabedoria minha, que nunca soube acreditar nas mentiras do meu pai. Uma outra vez, ele me chamou no quarto e disse que tinha uma história, mas eu disse que estava atrasada e que logo ia me ferrar. Eu nunca ouvi o que ele tinha pra me contar. E também, o que eu poderia ganhar com meia hora de um milhão de lorotas?

Quando tua vida cair, quando acontecer algo importante ou até mesmo quando não acontecer nada, eu preferiria que alguém me contasse uma mentira sobre aquele momento. Eu iria pedir gigantes, fadas e coelhos que falam. Eu sei que hoje, quando um homem me conta uma história só existem dois motivos pra isso: ou a minha vida tá sem graça, ou a dele.

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