terça-feira, 31 de agosto de 2010
Hi big city
Carros buzinando, pessoas gritando, o cachorro do teu vizinho enchendo o saco. Árvores balançando, tua paquera andando de skate, enquanto tu nem saiu da cama. Pessoas, pessoas, olá grande cidade, como vão vocês? Preciso sair desse buraco.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Ainsley
Eu preciso te contar uma coisa, disse ele. Ficava cada vez mais inquieto, sem conseguir olhar para frente. Eu dei o sinal, ele começou. "Eu não estava lá". Eu esperei. "Eu queria ter ido, mas fiquei em casa, lendo aquele livro que você me deu. Eu só queria dizer que... eu só queria dizer que não fui eu." Eu não as sentia, mas tinha certeza que ele encarava minhas lágrimas. "Eu sinto muito", finalizou. Eu tentei dizer algo, queria que seus olhos azuis me tranquilizassem, mas eu sentia o medo dele também. Eu sabia que Ainsley tinha estado lá, eu finalmente sabia o que havia acontecido no 13º andar.
É medo, porque só existe uma coisa que eu consigo sentir. O café me deixou nervosa. Não agitada, só nervosa. Os cigarros acabaram, eu realmente preciso sair de casa. Pegando meu sobretudo, enxergo aqueles rabiscos em cima da mesa. "Ainsley, não me deixe". É claro que eu não vou te deixar. "Eu realmente preciso de você também", foi o que eu disse, sussurrando pra mim mesma. Essas escadas espirais me deixam tonta, sinto o vento no rosto, sinto o frio cortante, vejo as luzes. Essas luzes vão me matar, essa rua está cheia demais, esses carros...
Amber... eu não sei porque você não atende esse maldito telefone... olha, aconteceu alguma coisa com a Ainsley, é melhor você vir... foram esses carros, você sabe, ela estava distraída, ela sempre está assim. Não deixe de vir, tá legal? Eles não sabem se ela vai ficar bem. Eu não sabia que ela iria errar assim, mas você a conhece, ela realmente precisa de você. É o Rowan aqui, caso você não saiba.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Rascunho
Sei que eu estava bem sexta-feira, assim que acordei. De fato, estava sentindo-me mais sensível do que o normal. Quando fui até a cozinha tomar café, Ainsley estava lá deprimida. Ela disse que tinha ido a uma péssima festa na noite anterior.
De início, fiquei supresa ao ver que meus pés estavam se movendo. Imaginando como isso tinha começado. Mas eu não parei... todos eles ficaram surpresos.
Eu tenho que te contar uma coisa, disse ela calmamente. Seus olhos escuros abriram e olharam para ela vagamente. É problema seu agora, disse ele. Enfim sei o que realmente eu quero ser. Ela afastou seu rosto e olhou para ele. Seus olhos estavam fechados. Seu olhar fixo no teto. Tomei rapidamente um copo d'água. Eu não podia imaginar que Ainsley erraria desse jeito...
Ser uma pessoa está ficando muito complicado. Eu não acredito. Ela não estava sorrindo.
Porque está tão interessada em... porque está tão interessada em mim?
"Oh, eles são imortais", disse ela baixo.
Estive pensando no que Chris gostaria que eu dissesse hoje. Conselhos que ele me daria. Seria algo como: "Sabe de uma coisa querida... que se foda! Esses caras sabem tudo sobre mim. Fale sobre alguém diferente." Então pensei em dizer alguma coisa sobre um herói do Chris. Um homem chamado capitão Joe Katanga. Em 1960, subindo em um balão de ar, capitão Joe foi mandado 32km na estratosfera. E então, armado apenas com um pára-quedas, ele pulou. Ele caiu por 4 minutos e 36 segundos, alcançando 1.190 km/h, antes de abrir seu pára-quedas, 5 km acima da Terra. Isso nunca tinha sido feito antes. E nunca foi feito desde então. Ele fez, só porque podia... e é por isso que Chris adorava ele. Porque o negócio sobre o Chris era que ele disse sim. Ele disse sim para tudo. Ele amava todo mundo. Ele era o mais corajoso garoto, homem, que eu conhecia. Quer dizer, ele pulava de um balão todo dia... porque ele podia. Porque ele era. E é por isso que nós o amávamos.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Loser
- Quero que gritem. Gritem se algo der errado, se você é infeliz, se o aluguel tá atrasado, sua mulher te deixou ou se o seu filho te acordou ontem dizendo que é gay. Não importa o que tem acontecido na sua vida, ou se nada tem acontecido, você tem que ser o melhor no que quer fazer. Keep walking. Não desista dos seus sonhos, não acredite nos jornais, veja menos televisão, faça bons amigos, novos amigos, novas namoradas. Faça alguma coisa, mas eu quero que vocês se mexam.
- Como dançar?
- Muito melhor do que dançar.
- Como o que?
- Como extasy.
Quem é você? Quem sou eu?
De repente fiquei feliz, só de ter encontrado estas palavras. Eu tento, mas não seguro esse sorriso, meio torto, meio aberto demais. As palavras de Clarice ecoando na minha cabeça... eu tenho direito ao grito. Chorar adianta? Mas lágrimas são o reflexo da minha insensatez. Não me venha com essas palavras, não bagunça com minha mente, só deixa eu te olhar, só mais um pouquinho... agora tu pode levantar e ir embora, eu prometo que não vou te segurar.
That's about my old girlfriend
Eu queria te pedir pra voltar, você nunca deveria ir. Mas não teve voz, não existiu sequer lágrimas. Ficou só meu cigarro apagado, a chuva caindo e meu cabelo grudando no meu rosto, atrapalhando meus olhos. Dessa vez eu não consegui dizer, não me lembrei de nenhuma palavra, eu não quis te convencer a ficar. Só deixei você partir, eu só fiquei te olhando. Se é falta de amor, meu Deus, alguém me conta, eu não quero ser a culpa dessa vez.
The new girl
Porque eu quero te encaixar, até te ter em mim. Caso você pergunte pra onde eu vou, é só pensar: pra onde você está indo? Eu largo os cigarros, porque não gosto quando tu fica me olhando fumar. Eu paro de beber, porque todo dia tu diz que quer casar... se precisar eu até largo o meu café, porque tu não me beija com gosto de amargo. Tu só sorri, e fica me olhando, com aquela cara séria, tentando me convencer que isso é errado. Mas não vai ser, não pra mim.
sábado, 21 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Shit!
Faz tempo que não tomo café, não gosto mais do amargo, me despedi daqueles cigarros que todos imploram pra eu largar. Parei de falar, de sentir, viver, até mesmo andar. Não adianta correr sem sentir o vento cortando o rosto, nem gritar pra ninguém ouvir. Encontro você em todos os cantos da minha casa, em qualquer linha que escrevo, sempre tem a sua letra. E eu, que só amei você, perdi a vontade de me apaixonar.
Fin
Eu tento te manter mais longe mim, mas sempre abro a caixa com teu cheiro, isso quase me faz desistir. Eu não te amo mais como da primeira vez, por mais que eu te queira. É assim, eu sei, não existe amor que não se acabe, toda luz um dia vai se apagar. Isso não quer dizer que alguém errou... ah não, foi o tempo. O tempo que passa rápido demais para os apaixonados. E sabe o que acontece com aquelas cartas? Transformam isso em um amor surrado, que volta a ser paixão. Mas tu sabes, eu sei, os beijos não sustentam nossa casa.
domingo, 15 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Fechei os olhos, dormi
Talvez eu não esteja triste, eu só parei de sentir. Parei de sentir o vento, de correr atrás das estrelas e pular no mar. Eu não sinto mais a queda, não enxergo o seu rosto, não me arrepio mais. Procuro minha adrenalina, perdida nesses relógios, andando desnorteada com um cigarro na mão. E essas ruas que me lembram você? Tudo parece sumir, menos a sua ausência. Eu ainda vejo suas cores na esquina, ouço suas músicas na minha cama, eu ainda leio o cheiro dos seus livros... e mesmo assim, eu parei de viver. Não, não de respirar... só de viver.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Pura verdade
Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.
Paulo Coelho
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Star
A colisão é bonita. Tem luz, tem aplausos, tem platéia. As pessoas esperam por uma, aguardam anos, quando uma estrela explode não há nada mais majestoso. Seria perfeito, um espetáculo, se não doesse, se a indiferença de uma semana depois não corroesse devagar.
Eu falei que eu era forte, mas talvez eu realmente só acostumei a me esconder. Mas não agora, não dessa vez.
Sei que você me quer.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
É a unica verdade
Fiz pose, enchi o pulmão de ar e comecei: li aquelas palavras daquele cara, que sem mais, é foda. Li alto, achando que ela ia adorar. Chegou ao fim, fez silêncio, um pouco depois, risadas. Eu não entendia, como ela podia não ter gostado? Senti aquela vergonha, aquele ar quente subindo, tentei defender, era como se tivessem falado mal dos Beatles. Relaxei. Procurei um texto melhor, talvez aquele realmente não fosse bom. Olhei meus autores favoritos, vasculhei minha mente. Nada. Mexi nos papéis velhos, mas então me deparei com algo que eu já havia esquecido a muito. Umas folhas rabiscadas, palavras próprias, palavras antigas. Li, devagar, do jeito que ela gosta. Parei, fez silêncio, um pouco depois, lágrimas. Tão quietas que eu não as ouvia.
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